Quateto 1111 - 40 anos depois
Quarteto 1111
Interpretes:
José Cid,
Michel Silveira,
Tozé Brito e
Mike Sargeant
Aparição a 23 de Outubro no Musicbox em Lisboa, Quarenta anos depois da estreia discográfica
O Quarteto 1111 actua no dia 23 no Musicbox, em Lisboa, quarenta anos depois da edição do seu primeiro registo discográfico e numa altura em que acaba de ser lançada a primeira biografia do grupo. O concerto contará com José Cid e Michel Silveira, membros fundadores do Quarteto 1111, e ainda Tózé Brito e Mike Sargeant, que se juntaram pouco depois ao grupo.
A actuação do grupo decorrerá no âmbito do lançamento oficial da biografia "As lendas do Quarteto 1111", da autoria do jornalista António Pires, que a Ulisseia acaba de editar.
Depois do concerto, António Pires e o etnomusicólogo João Carlos Callixto, que colaborou com o jornalista na concretização do livro, vestem a pele de disc-jockey e revelarão música portuguesa e estrangeira do tempo do Quarteto 1111. "Ouvindo-se a música deles hoje, percebe-se que estavam integrados no seu tempo, no rock sinfónico, na música anglo-saxónica, mas com um fortíssimo sentido português", referiu recentemente António Pires à agência Lusa. Em pouco mais de uma centena de páginas, a biografia dá a conhecer uma das bandas precursoras do rock português, antes do chamado "boom do rock", revelando histórias de sexo, drogas e rock´n´roll de cada um dos músicos. O livro está organizado de forma cronológica e abrange quase uma década de vida do Quarteto 1111, entre 1967 e 1975, ano em que José Cid saiu do grupo. Para a biografia, António Pires entrevistou José Cid, Tozé Brito, Mike Sergeant e Miguel Artur da Silveira (Michel Silveira), que integraram o Quarteto 1111, além de várias figuras ligadas à banda e os engenheiros de som Paco Ayuso e Jorge Hipólito.
O livro é ainda documentado com várias fotografias de arquivo da banda, como aquela que regista o concerto no festival de Vilar de Mouros, em 1971, ou as imagens dos primeiros momentos musicais de José Cid e de Tozé Brito. A biografia faz referência ainda aos processos de gravação dos discos, à censura, às aventuras do grupo no Japão e aquele que é considerado um dos moments mais importantes da curta, mas intensa vida do grupo: a inclusão, em 1967, do tema "A lenda de el rei D. Sebastião" no programa Em Órbita, da RDP, que se dedicava em exclusivo à música estrangeira.
O Quarteto 1111 surgiu no seguimento do Conjunto Mistério, com Cid, Michel Silveira e os irmãos Jorge e António Moniz Pereira (músico que nunca mais voltou a tocar na guitarra depois do fim do grupo).
A banda começou por cantar em português, com um repertório feito de êxitos do pop rock e com o recurso a técnicas de gravação que permitiram a sobreposição de instrumentos e de sons.
"O Quarteto 1111 foi importantíssimo, porque foi a núnica banda pop da altura com preocupações políticas", sublinhou António Pires. O primeiro EP da banda saiu em finais de 1967 e apresentava\nas canções "Os Faunos", "Gente" e "A Lenda de El-Rei D. Sebastião". A faceta interventiva da banda revelou-se sobretudo no primeiro álbum, "Quarteto 1111" (1970), que abordava os problemas da guerra colonial, do racismo e da emigração e que foi rapidamente retirado do mercado pela censura. Com a entrada de Tozé Brito, que vinha dos Five Pop Music Incorporated, a banda abriu-se à composição em inglês, também como forma de contornar a censura, aproximando-se do que se fazia musicalmente fora de Portugal.
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